Desenvolvedores devem ser tratados como voluntários - Profissionais TI
 
 Hoje, deixaremos os assuntos técnicos de lado e discutiremos um
 tema motivacional. O objetivo desse artigo é apresentar uma
 perspectiva alternativa sobre o comprometimento dos
 desenvolvedores e a motivação que os leva a desempenhar um bom
 trabalho. Afinal, desenvolvedores desmotivados é um aspecto
 comum nas empresas de desenvolvimento, não é? Por quê?
 
 Todo desenvolvedor inicia 
 "http://www.profissionaisti.com.br/empregos/">um novo
 emprego motivado. Caso contrário, ele nem teria se
 candidatado à vaga. Porém, o que faz um desenvolvedor
 desistir de uma empresa e procurar novas oportunidades? Para
 buscar a explicação, em primeiro lugar, vamos
 contextualizar o ambiente de trabalho…
 
"http://s.profissionaisti.com.br/wp-content/uploads/2015/04/profissional-motivado-feliz-trabalho.png"
alt="Imagem via Shutterstock" width="720" height="380">
 Imagem via 
 "http://www.shutterstock.com/pt/pic-150468971/stock-photo-young-student-happy-after-she-saw-the-good-news-in-front-at-laptop.html"
 target="_blank">Shutterstock
 
 
 "http://s.profissionaisti.com.br/wp-content/uploads/2015/04/carrot-and-stick-approach.jpg"
 alt="carrot-and-stick-approach" width="180" height="139">Uma
 característica relativamente comum nas empresas de
 desenvolvimento de software é o prazo apertado, acompanhado da
 pressão no trabalho, cobranças e horas extras. Isso, por si só,
 já é desmotivador. Qualquer desenvolvedor que se submete a
 longas jornadas de trabalho tende a se sentir desconfortável
 com o trabalho e, consequentemente, com a empresa. Logo,
 começam as buscas por novas oportunidades. A empresa, para não
 perdê-lo, oferece benefícios ou promessas de promoção de cargo
 caso conclua o trabalho com sucesso. Isso geralmente é
 conhecido como “carrot and stick approach”, ou,
 traduzindo, a “abordagem da cenoura pendurada na vara”,
 conforme ilustra a imagem ao lado.
 
 Essa imagem não traz nenhum aspecto positivo, não é? Se
 isso ocorre na empresa, há um problema, e dos grandes. Não é
 esse tipo de “incentivo” que levará o desenvolvedor a sempre
 realizar um trabalho satisfatório, simplesmente pelo fato de
 que não passa de um estímulo temporário.
 
 A conversa aqui é outra. Falaremos, definitivamente, sobre
 motivação, no sentido literal da palavra.
 
 Em primeiro lugar, atente-se ao fato de que o desenvolvedor
 comparece à empresa todos os dias e, na maioria das vezes, não
 é meramente para 
 "Você não ganha o salário que merece, ou não faz por merecer?"
 href=
 "http://www.profissionaisti.com.br/2012/05/voce-nao-ganha-o-salario-que-merece-ou-nao-faz-por-merecer/">
 ganhar o salário no final do mês. O objetivo é fazer a
 diferença. Terminar a Sprint com todas as user
 stories movidas para a coluna “Done”. Bater no
 peito e garantir que o cliente ficará satisfeito com as
 novas funcionalidades corrigidas ou implementadas no software.
 Trata-se de uma questão de sentimento, e não de materialismo.
 Na realidade, é o mesmo sentimento de um voluntário que ajuda
 uma causa sem interesse próprio, mas, no caso dos
 desenvolvedores, é um ambiente corporativo.
 
 Prometer aumentos não é a iniciativa correta. Incentivá-los por
 um tempo é fácil, mas mantê-los sempre incentivados é o grande
 desafio. Para que isso aconteça, é preciso que o desenvolvedor
 se sinta parte do objetivo principal
 da empresa.
 
 Opa, mencionei a palavra “voluntário”!
 Faremos, então, uma reflexão. Como você trataria um voluntário?
 
 Suponha que você esteja arrecadando fundos para ajudar uma
 causa e alguém se oferece para ser voluntário, fazendo o
 trabalho de divulgação da arrecadação nas mídias. Pois
 bem, já que essa pessoa, de bom agrado, se dispôs a ajudar,
 faríamos o possível para apoiá-la, não é? Forneceríamos
 recursos, informações e a atenderíamos sempre quando
 necessário. É assim que grupos de estudos são organizados,
 partidas de futebol são combinadas e festas são planejadas. Até
 mesmo aquele churrasquinho no final de semana depende de alguns
 voluntários para passar no supermercado para comprar os
 produtos. Todos esses exemplos demonstram pessoas que se
 prontificam porque gostam, ou melhor, porque sabem que, quando
 tudo estiver pronto, elas fizeram parte do processo.
 
 Agora, tente encaixar esse conjunto de ideias em uma equipe de
 desenvolvimento. Se os desenvolvedores se comportassem como
 voluntários, dispostos e entusiasmados com os resultados,
 nem a user story mais “desagradável” seria párea para
 deixá-los desmotivados, afinal, o que importa é o
 sentimento de ter cumprido uma missão.
 
 Tratar os desenvolvedores como voluntários significa
 empenhá-los para querer fazer o que eles têm para fazer,
 evitando pensamentos como: “Aaaah, eu vou ter que fazer
 isso? Pff… isso é chato pra caramba!”.
 
 Na realidade, todos sabem que nunca haverá somente tarefas
 simples para realizar, mas, se os membros de uma equipe
 compreenderem que mesmo as tarefas enfadonhas são parte de um
 grande objetivo em comum, eles encontrarão motivação para
 realizá-las. Pode-se afirmar, então, que quando
 um desenvolvedor está desmotivado, significa
 que ele ainda não está se sentindo parte da solução.
 
 Observe que tudo faz sentido. Desmotivação é a base da
 indisposição. Quer uma prova disso? A longo prazo, o custo de
 um desenvolvedor desmotivado será bem mais alto do que o custo
 de uma funcionalidade não implementada na versão do software.
 
 Esse é o segredo. A empresa deve remover todos os obstáculos
 que causam desmotivação na equipe. Se uma funcionalidade é
 muito difícil de ser implementada, quebre-a em partes menores e
 compartilhe o trabalho com toda a equipe, de modo que não fique
 cansativo para ninguém. No entanto, é importante que as
 atividades também não fiquem “fáceis demais”, pois, assim
 como o trabalho excessivo, monotonia também é
 desmotivador. Desenvolver softwares é uma arte desafiadora que
 se torna gratificante quando conseguimos realizá-la com
 maestria. Isso produz uma sensação de conquista.
 
 Além disso, é fundamental destacar a importância da entrega de
 valor e melhoria contínua, ao invés de cobrar métricas
 extensas, reuniões maçantes e cobranças diárias. Pressão causa
 desmotivação. Apontar a culpa também causa desmotivação.
 Ninguém mais consegue desempenhar um trabalho bem feito se não
 tiver ofeeling de estar prestando um favor. Da mesma
 forma que nos comportamos como voluntários, gostaríamos de ser
 considerados como tais.
 Importar-se com a vida pessoal de cada
 desenvolvedor também é primordial, pois, às vezes, a
 desmotivação pode ser externa. Portanto, se um
 desenvolvedor chegar atrasado, procure compreender o motivo, e
 não criticá-lo pela imprudência.
 
 E, talvez, o mais importante: comemorar o sucesso,
 por menor que seja. Desenvolvedores devem sentir orgulho
 do próprio trabalho, principalmente quando os resultados são
 altamente positivos. Chamá-los para um almoço ou um happy
 hour são ideias já conhecidas, mas… quer saber mesmo?
 Muitas vezes, desenvolvedores sentem falta de um simples
 “parabéns” acompanhado de um aperto de mão. É o mínimo que
 se espera, e infelizmente é o que menos acontece.
 
 E então, vamos apoiar essa sugestão? 
 "http://www.profissionaisti.com.br/wp-includes/images/smilies/icon_smile.gif"
 alt=":)" class="wp-smiley">
 
 Na próxima semana, mais um pouco de 
 "http://www.profissionaisti.com.br/2014/04/desenvolvimento-de-software-a-pratica-do-clean-code/">Clean
 Code! Abraço!
 
 Publicado originalmente em 
 "http://www.andrecelestino.com/desenvolvedores-devem-ser-tratados-como-voluntarios/"
 target="_blank">Blog André Celestino
 
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