Tuesday, April 28, 2015

Desenvolvedores devem ser tratados como voluntários - Profissionais TI





Hoje, deixaremos os assuntos técnicos de lado e discutiremos um

tema motivacional. O objetivo desse artigo é apresentar uma

perspectiva alternativa sobre o comprometimento dos

desenvolvedores e a motivação que os leva a desempenhar um bom

trabalho. Afinal, desenvolvedores desmotivados é um aspecto

comum nas empresas de desenvolvimento, não é? Por quê?



Todo desenvolvedor inicia
"http://www.profissionaisti.com.br/empregos/">um novo

emprego motivado. Caso contrário, ele nem teria se

candidatado à vaga. Porém, o que faz um desenvolvedor

desistir de uma empresa e procurar novas oportunidades? Para

buscar a explicação, em primeiro lugar, vamos

contextualizar o ambiente de trabalho…





"http://s.profissionaisti.com.br/wp-content/uploads/2015/04/carrot-and-stick-approach.jpg"

alt="carrot-and-stick-approach" width="180" height="139">Uma

característica relativamente comum nas empresas de

desenvolvimento de software é o prazo apertado, acompanhado da

pressão no trabalho, cobranças e horas extras. Isso, por si só,

já é desmotivador. Qualquer desenvolvedor que se submete a

longas jornadas de trabalho tende a se sentir desconfortável

com o trabalho e, consequentemente, com a empresa. Logo,

começam as buscas por novas oportunidades. A empresa, para não

perdê-lo, oferece benefícios ou promessas de promoção de cargo

caso conclua o trabalho com sucesso. Isso geralmente é

conhecido como “carrot and stick approach”, ou,

traduzindo, a “abordagem da cenoura pendurada na vara”,

conforme ilustra a imagem ao lado.



Essa imagem não traz nenhum aspecto positivo, não é? Se

isso ocorre na empresa, há um problema, e dos grandes. Não é

esse tipo de “incentivo” que levará o desenvolvedor a sempre

realizar um trabalho satisfatório, simplesmente pelo fato de

que não passa de um estímulo temporário.



A conversa aqui é outra. Falaremos, definitivamente, sobre

motivação, no sentido literal da palavra.



Em primeiro lugar, atente-se ao fato de que o desenvolvedor

comparece à empresa todos os dias e, na maioria das vezes, não

é meramente para

"Você não ganha o salário que merece, ou não faz por merecer?"

href=

"http://www.profissionaisti.com.br/2012/05/voce-nao-ganha-o-salario-que-merece-ou-nao-faz-por-merecer/">

ganhar o salário no final do mês. O objetivo é fazer a

diferença. Terminar a Sprint com todas as user

stories
movidas para a coluna “Done”. Bater no

peito e garantir que o cliente ficará satisfeito com as

novas funcionalidades corrigidas ou implementadas no software.

Trata-se de uma questão de sentimento, e não de materialismo.

Na realidade, é o mesmo sentimento de um voluntário que ajuda

uma causa sem interesse próprio, mas, no caso dos

desenvolvedores, é um ambiente corporativo.



Prometer aumentos não é a iniciativa correta. Incentivá-los por

um tempo é fácil, mas mantê-los sempre incentivados é o grande

desafio. Para que isso aconteça, é preciso que o desenvolvedor

se sinta parte do objetivo principal

da empresa.



Opa, mencionei a palavra “voluntário”!

Faremos, então, uma reflexão. Como você trataria um voluntário?



Suponha que você esteja arrecadando fundos para ajudar uma

causa e alguém se oferece para ser voluntário, fazendo o

trabalho de divulgação da arrecadação nas mídias. Pois

bem, já que essa pessoa, de bom agrado, se dispôs a ajudar,

faríamos o possível para apoiá-la, não é? Forneceríamos

recursos, informações e a atenderíamos sempre quando

necessário. É assim que grupos de estudos são organizados,

partidas de futebol são combinadas e festas são planejadas. Até

mesmo aquele churrasquinho no final de semana depende de alguns

voluntários para passar no supermercado para comprar os

produtos. Todos esses exemplos demonstram pessoas que se

prontificam porque gostam, ou melhor, porque sabem que, quando

tudo estiver pronto, elas fizeram parte do processo.



Agora, tente encaixar esse conjunto de ideias em uma equipe de

desenvolvimento. Se os desenvolvedores se comportassem como

voluntários, dispostos e entusiasmados com os resultados,

nem a user story mais “desagradável” seria párea para

deixá-los desmotivados, afinal, o que importa é o

sentimento de ter cumprido uma missão.



Tratar os desenvolvedores como voluntários significa

empenhá-los para querer fazer o que eles têm para fazer,

evitando pensamentos como: “Aaaah, eu vou ter que fazer

isso? Pff… isso é chato pra caramba!”
.



Na realidade, todos sabem que nunca haverá somente tarefas

simples para realizar, mas, se os membros de uma equipe

compreenderem que mesmo as tarefas enfadonhas são parte de um

grande objetivo em comum, eles encontrarão motivação para

realizá-las. Pode-se afirmar, então, que quando

um desenvolvedor está desmotivado, significa

que ele ainda não está se sentindo parte da solução.



Observe que tudo faz sentido. Desmotivação é a base da

indisposição. Quer uma prova disso? A longo prazo, o custo de

um desenvolvedor desmotivado será bem mais alto do que o custo

de uma funcionalidade não implementada na versão do software.



Esse é o segredo. A empresa deve remover todos os obstáculos

que causam desmotivação na equipe. Se uma funcionalidade é

muito difícil de ser implementada, quebre-a em partes menores e

compartilhe o trabalho com toda a equipe, de modo que não fique

cansativo para ninguém. No entanto, é importante que as

atividades também não fiquem “fáceis demais”, pois, assim

como o trabalho excessivo, monotonia também é

desmotivador. Desenvolver softwares é uma arte desafiadora que

se torna gratificante quando conseguimos realizá-la com

maestria. Isso produz uma sensação de conquista.



Além disso, é fundamental destacar a importância da entrega de

valor e melhoria contínua, ao invés de cobrar métricas

extensas, reuniões maçantes e cobranças diárias. Pressão causa

desmotivação. Apontar a culpa também causa desmotivação.

Ninguém mais consegue desempenhar um trabalho bem feito se não

tiver ofeeling de estar prestando um favor. Da mesma

forma que nos comportamos como voluntários, gostaríamos de ser

considerados como tais.

Importar-se com a vida pessoal de cada

desenvolvedor também é primordial, pois, às vezes, a

desmotivação pode ser externa. Portanto, se um

desenvolvedor chegar atrasado, procure compreender o motivo, e

não criticá-lo pela imprudência.



E, talvez, o mais importante: comemorar o sucesso,

por menor que seja. Desenvolvedores devem sentir orgulho

do próprio trabalho, principalmente quando os resultados são

altamente positivos. Chamá-los para um almoço ou um happy

hour
são ideias já conhecidas, mas… quer saber mesmo?

Muitas vezes, desenvolvedores sentem falta de um simples

“parabéns” acompanhado de um aperto de mão. É o mínimo que

se espera, e infelizmente é o que menos acontece.



E então, vamos apoiar essa sugestão?
"http://www.profissionaisti.com.br/wp-includes/images/smilies/icon_smile.gif"

alt=":)" class="wp-smiley">



Na próxima semana, mais um pouco de 

"http://www.profissionaisti.com.br/2014/04/desenvolvimento-de-software-a-pratica-do-clean-code/">Clean

Code! Abraço!



Publicado originalmente em 

"http://www.andrecelestino.com/desenvolvedores-devem-ser-tratados-como-voluntarios/"

target="_blank">Blog André Celestino




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