A importância da inclusão nas aulas de informática
A inclusão de crianças com deficiências em ensinos regulares tanto de escolas públicas quanto das particulares ainda é um assunto novo no mundo todo e no Brasil ainda é mais recente, segundo a Lei nº 10.172, de 9 de Janeiro de 2001, no capítulo 8 garante essa inclusão;
“A Constituição Federal estabelece o direito de as pessoas com necessidades especiais receberem educação preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208, III). A diretriz atual é a da plena integração dessas pessoas em todas as áreas da sociedade. Trata-se, portanto, de duas questões – o direito à educação, comum a todas as pessoas, e o direito de receber essa educação sempre que possível junto com as demais pessoas nas escolas “regulares”. (BRASIL, 2001, p. 53).
Uma das discussões sobre o assunto é a falta de preparo dos professores que administram todas as matérias em receber esses alunos, junto aos demais alunos que são considerados “normais” e principalmente pelos professores de Informática que precisam lidar com uma sala onde há alunos que possivelmente já tenham contato com o computador em casa e existem alunos na mesma sala, em condições diferentes que precisam de atenção e cuidados mais constantes.
Antes desta lei ter sido implantada existia uma barreira já estabelecida pela própria sociedade, em que alunos com deficiências estudavam em escolas especiais, separados dos demais. Com o passar dos tempos foi-se criando preconceitos em relação a essas crianças, portanto além de lidar com as dificuldades do dia a dia nas aulas, lida-se com os preconceitos em relação as crianças com deficiências na sala de aula, tanto os professores de modo geral, os professores de Informática, quanto os alunos.
O foco deste artigo são crianças com Autismo e Deficiência Mental, integradas nessa inclusão nas escolas públicas de ensino Fundamental. A convivência e o crescimento junto de crianças ditas como normais ajuda tanto na auto-estima quanto no desenvolvimento dos mesmos, já que para eles se abre um novo horizonte de possibilidades onde eles participam e procuram fazer tudo que é proposto em sala de aula.
Geralmente alunos com deficiência que são inclusos nas salas de aula regulares possuem um acompanhante onde ajudam os professores para a realização de uma melhor aula, onde se possa dar uma maior atenção a eles.
O professor de Informática deve estar preparado para receber crianças com deficiências, no caso deste artigo, com deficiência mental e/ou autismo no Município de Palmital, interior de São Paulo.
“É também imperativo que a inclusão digital esteja integrada aos conteúdos curriculares e isso requer um redesenho do projeto pedagógico e da grade curricular atuais de ensino fundamental e médio. É pré-requisito considerá-lo também na formação de profissionais dos cursos de Pedagogia, Licenciaturas e similares.) (PAULA, 2004, p. 89)
Para o professor de Informática essa não é uma tarefa tão fácil de ser realizada, pois ele não possui um contato diário muito extenso, já que as aulas de Informática são apenas uma vez por semana e possuem a duração de cinqüenta e cinco minutos.
O pouco contato que o professor de Informática tem com os alunos tantos os ditos “normais”, quanto os com deficiência, talvez impeça que ele tenha uma aproximação maior para observar as necessidades de cada aluno em sala de aula.
A aula Informática é quando as crianças têm a possibilidade de sair de suas carteiras e irem até a outra sala onde para elas existe um mundo cheio de novidades e conhecimentos.
Em uma sala de Informática já é complicado controlar a euforia dos alunos ao se depararem com o computador até mesmo para aqueles que já o possuem em casa, agora com uma sala mista, onde há crianças com baixos recursos e não possuem esse contato em casa, crianças que têm computador em casa, mas o acesso pode ser limitado pelos pais junto com crianças com deficiência que podem ter muita dificuldade em acompanhar as aulas, essa situação exige muito mais ainda do professor de Informática.
“Hoje ainda são comuns casos de professores que recebem um ou mais alunos com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) e se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom trabalho.” (BIBIANO, 2011, p. 49)
Como a inclusão é um assunto novo e muitas escolas ainda estão se adaptando, acabamos vendo essas escolas receber os alunos com deficiência e ao mesmo tempo aprendendo a fazer isso.
Esses alunos encontram muitas vezes professores despreparados e escolas totalmente sem estrutura tanto física como material para recebê-los, o que acaba sendo realizada a inclusão apenas na teoria deixando assim a na prática insatisfatória.
O trabalho de adaptação não é apenas das escolas, mas também dos professores que recebem esses alunos. Os professores de Informática que estão atualmente atuando nas escolas dificilmente possuem algum curso específico para lidar com a inclusão. Existe também os estagiários ou auxiliares que ajudam os professores em sala de aula quando há crianças com deficiência, esses profissionais tão pouco possuem uma formação específica para o convívio com essas crianças.
O professor de Informática precisa buscar recursos para a adaptação dessas crianças e melhor desenvolvimento das mesmas, como cita BIBIANO (2011, p.54) “Desde um lápis adaptado até um software, tudo é tecnologia. O desafio é descobrir o que existe ou pode ser criado para beneficiar cada criança.”, o professor pode usar o mesmo conteúdo curricular mudando apenas a estratégia de ensino para que as crianças com deficiência consigam sentir-se acolhidas durante as aulas.
A inclusão é um trabalho em conjunto entre escolas, professores, pais de alunos e outros membros que possam integrar o grupo escolar. A conversa com os pais também ajuda no desenvolvimento e integração dessas crianças. Saber qual é realmente a dificuldade de aprendizado e a rotina da criança com deficiência ajuda o professor a conseguir integrar melhor esses alunos durante as aulas.
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