Loja virtual open source ou solução comercial. Como escolher?
Decidi escrever este artigo, pois sempre me questionam com relação ao uso de soluções open source, por exemplo, Magento e OS Commerce, para montar uma loja virtual. E, vejo o open source como um conceito muito interessante que favorece a colaboração em massa. Na prática, se isso fosse uma verdade absoluta seria o mundo ideal, mas não é!
Mesmo a solução open source sendo grátis, os códigos-fonte se tornando propriedade da empresa, a comunidade desenvolvendo novas funcionalidades e não existindo um vínculo com uma empresa de desenvolvimento específica, tudo isso pode não ser somente vantagem.
O download do código open source é grátis, mas alguém terá que fazer a implantação, customizar e sustentar essa solução para mantê-la disponível sempre evoluindo e apresentando diferenciais competitivos. Na maioria das vezes, as customizações realizadas modificam as características da solução que não fica mais amigável à instalação de novas funcionalidades disponíveis pela comunidade. A instalação de novas funcionalidades torna-se muito mais trabalhosa e a comunidade não acaba sendo aproveitada como poderia.
A equipe ou empresa contratada para implantar e customizar acaba concentrando todo o conhecimento do projeto, criando um vínculo forte com todas as regras de negócio da plataforma, amarrando-a a essa solução. Por último, ter o código-fonte não é somente uma vantagem. O código-fonte é um ativo da empresa que depreciará, caso não tenha um investimento contínuo em evolução e inovação.
Além disso, é necessária uma infraestrutura adequada para que, na maioria das vezes, faça as empresas fugirem do seu foco principal para cuidar desse tipo de solução, impactando diretamente nos resultados e custos da operação. Também temos que considerar os problemas de segurança que uma solução de código aberto pode gerar por ter suas falhas muito mais expostas devido ao modelo de negócio.
As soluções open source seguem o mesmo ciclo de vida, com intensidades diferentes, onde temos o entusiasmo dos pioneiros, a adesão em massa que tem a sensação de crescimento acelerado e ganho, a fragmentação em subgrupos que customizam suas soluções e descaracterizam a solução principal e acabam criando um novo ciclo com um projeto próprio. Sendo que, esse ciclo terá um tempo maior de duração quando falamos de “commodities” como um sistema operacional, por exemplo. Consequentemente, uma solução de loja virtual que atende varejistas, particularidades dos países onde são implantadas e regras de negócio específicas de cada mercado, não pode ser considerada como um “commodity”.
Dentro desse cenário, uma solução open source se confunde com soluções comercias dentro do mesmo modelo de negócio de posse dos códigos-fonte e, portanto, podemos compará-las as linguagens de programação. Isso quer dizer que uma solução open source poderá concorrer diretamente com uma linguagem de programação e a empresa ou equipe que irá implantar poderá concorrer com as soluções comerciais do mercado, cada uma com seu modelo de negócio.
Diferente do modelo Open Source, soluções no modelo SaaS (Software as a Service) estão se tornando cada vez mais utilizadas. Esse modelo garante ao lojista foco no que realmente é importante para sua operação: “vender e entregar”. Em breve farei um artigo trazendo mais informações do modelo SaaS.
Para concluir é importante ressaltar que o planejamento de uma operação de comércio eletrônico é crucial para o seu sucesso e a plataforma é mais um dos pilares de sustentação. Não existe fórmula matemática para escolher uma ou outra solução e escolher errado pode influenciar diretamente em seus resultados. Portanto, não se deixe convencer pelos anúncios de loja “GRÁTIS”, já que vimos que isso não existe.
Por Alexandre Soncini – Diretor de Marketing e Vendas da VTEX, empresa líder em tecnologia para o comércio eletrônico.
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